A ergonomia no trabalho é um assunto mais necessário do que se imagina. Você pode já ter se deparado com esse termo em algum momento da sua jornada, mas talvez não tenha conseguido compreender o grau de sua importância.
Ela se refere a um conjunto de práticas que dispõem sobre a interação entre o homem e o trabalho, com o intuito de redução de riscos e possíveis danos à saúde do colaborador, possibilitando a ele executar suas funções com mais conforto.
Por isso, continue sua leitura em nosso post de hoje e entenda mais sobre esse conceito, seus tipos, a norma que a preconiza e 7 dicas práticas de como garantir a ergonomia no seu ambiente. Confira!
O que é ergonomia?
O termo ergonomia surge da junção de duas palavras de origem grega, que agregam os termos trabalho + normas. Sua aplicação está relacionada ao estudo das relações entre trabalhadores e seus equipamentos, máquinas e condições.
Essas normas foram desenvolvidas visando atenuar possíveis desconfortos e riscos ao longo da execução de atividades, diminuindo as chances de surgimento de doenças ocupacionais e oferecendo maior bem-estar entre os trabalhadores.
Se você já passou muitas horas desempenhando a mesma tarefa, se já permaneceu por muito tempo digitando na frente de um computador ou mesmo realizando outros movimentos repetitivos, pode ter percebido que, em dado momento, algum desconforto possa ter surgido.
Podem ser questões simples, desde um cansaço ou cãibra e avançar para lesões mais intensas, devido a esforços repetitivos (LER). E seja qual for o caso, a prévia aplicação da ergonomia busca evitar seu agravamento.
Na prática, sua técnica consiste em buscar estudar o perfil das funções e dos colaboradores e, a partir disso, traçar as medidas e adaptações necessárias. É ainda dividida em três grandes áreas, como veremos a seguir.
Quais os tipos de ergonomia?
A saúde e bem-estar dos trabalhadores não podem ser medidas apenas a partir de questões físicas. É buscando atender essas especificidades e complexidade que a área de ergonomia se subdivide em categorias, que buscam se atentar a cada aspecto necessário. Confira!
1. Ergonomia física
É direcionada à compreensão da relação entre colaborador e espaço físico. Para isso, parte de conceitos anatômicos, fisiológicos e biomecânicos sobre a constituição do corpo humano, de maneira a garantir com que essas características estejam bem acomodadas e adaptadas ao ambiente de trabalho.
Alguns dos pontos que passam a ser ligados a ela:
- Equipamentos como cadeiras e computadores;
- Ventilação do ambiente;
- Questões sanitárias;
- Organização do espaço de trabalho;
- Ruídos aos quais o trabalhador possa ser submetido ao longo de sua jornada;
- Iluminação;
- Tempo envolvido na realização de uma atividade;
- Postura (se é necessário estar sentado, em pé ou utilizando pesos excessivos, por exemplo);
- e mais!
Portanto, a ergonomia física busca a manutenção de uma adequada postura, da redução de movimentos que possam causar lesões e da manipulação correta dos materiais e equipamentos ao longo da jornada de trabalho.
2. Ergonomia organizacional
A ergonomia organizacional considera a cultura, valores e clima de uma organização. E, a partir dessa compreensão, busca otimizar os processos internos que de alguma forma possam apresentar algum risco para a saúde do colaborador.
Para isso, demanda a participação de líderes, gestores e trabalhadores, para construir um direcionamento colaborativo. Desse modo, envolve os seguintes aspectos:
- Abertura de amplos canais de comunicação;
- Estabelecimento de feedbacks;
- Projetos que envolvam a multidisciplinaridade;
- Entendimento da rotina de trabalho que possa ser exaustiva e muito repetitiva;
- Relação entre quantidade de trabalhadores e volume de trabalho a ser desenvolvido;
- Orientações de segurança do trabalho disponibilizadas e mais.
3. Ergonomia cognitiva
A ergonomia cognitiva direciona sua atenção para as perspectivas relacionadas à condição mental do colaborador, como memória, raciocínio, ansiedade e estresse. Para isso, trabalha com medidas que buscam fortalecer a produtividade, tomada de decisões e carga mental.
Alguns dos tópicos que passam a ser observados e trabalhados são:
- Confiabilidade humana;
- Volume de cobranças aplicadas aos colaboradores;
- Capacitações ofertadas;
- Clima organizacional.
Quando questões como cansaço e níveis de ansiedade estão sob controle, a tendência é de que tenham um impacto positivo no gerenciamento de possíveis conflitos internos. E para a garantia de um ambiente de trabalho favorável e saudável, uma rotina de constante desenvolvimento, acolhimento e treinamento é estimulada.
Qual a importância da ergonomia?
A importância da ergonomia está no fato de que é uma metodologia que interfere positivamente na qualidade de vida, bem-estar e segurança do colaborador. Isso porque elabora e adapta condições que visam atenuar possíveis acidentes de trabalho e riscos (a curto e longo prazo) à saúde do trabalhador.
Na prática, compreende serem os processos de trabalho que precisam se adaptar ao trabalhador, e não o contrário. Para isso, desenvolve soluções que se adéquam a cada realidade e demanda.
Quando a ergonomia não está devidamente presente e aplicada, há um maior número de acidentes, faltas, afastamentos, rotatividade e grau de insatisfação do colaborador. Além disso, doenças como lesões, surdez temporária ou definitiva, dores musculares e outras passam a ser mais recorrentes.
Essa é uma preocupação obrigatória, norteada e caracterizada pela NR-17, que veremos a seguir.
O que é determinado pela NR-17?
A NR-17 é a Norma Reguladora criada em 1978, pelo Ministério do Trabalho e Previdência, que direciona e determina a maneira por meio das quais a metodologia da ergonomia deve ser executada, estabelecendo parâmetros para diferentes aspectos. Portanto, é aplicada em qualquer tipo de atividade e função remunerada que seja regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
De negócios de pequeno porte até grandes empresas, todos passam a tê-la enquanto referência. E, com a constante evolução e surgimento de profissões, essa norma também busca acompanhar essas atualizações.
Seus principais direcionamentos são ligados a cinco grandes aspectos:
- Análise das condições e organização de trabalho;
- Aspectos relacionados ao levantamento e transporte de pesos;
- Mobiliário do ambiente de trabalho;
- Máquinas, equipamentos e ferramentas disponibilizadas;
- Condições de conforto proporcionadas.
Dicas para cuidar da ergonomia no seu espaço
A ergonomia não é aplicada somente no espaço físico das empresas, podendo também ser otimizada e estabelecida no seu escritório em casa, já que esses passam a ser modelos ainda mais atuais e presentes de trabalho.
A seguir, confira 7 dicas de como buscar garanti-la em seu ambiente:
- Antes do início de sua jornada, busque realizar breves exercícios de aquecimento, para preparar e estimular seu corpo;
- Atente-se ao conforto da sua mesa e cadeira de trabalhos, que devem ter a altura ideal;
- Mantenha seus pés no chão ao longo da jornada e ocasionalmente faça breves pausas;
- Se possível, tente alternar sua postura;
- Trabalhe com o apoio de uma iluminação adequada (ambientes muito escuros irão demandar mais esforço de sua visão);
- Se necessário, realize ajustes que irão proporcionar maior conforto e bem-estar;
- Atente-se aos possíveis ruídos e climatização.
A manutenção da saúde, conforto e bem-estar relacionados às atividades laborais é uma necessidade cada vez mais presente em nossa rotina. É em busca de atender a essa demanda que a ergonomia passa a ser uma metodologia obrigatória. E, ao compreender seu impacto e importância, é possível também buscar aplicá-la em seu espaço e ambiente de trabalho.
Esperamos que tenha gostado deste post. Se deseja continuar a ficar por dentro das principais discussões relacionadas ao mercado de trabalho, continue acompanhando nosso post. Que tal aproveitar e conferir nosso post sobre 6 problemas decorrentes do esgotamento profissional não tratado?
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