Mulheres no mercado de trabalho: entenda mais sobre o tema

mulheres no mercado de trabalho

Sem dúvida, um dos assuntos mais discutidos e relevantes da década é a presença das mulheres no mercado de trabalho. Por isso, no Mês das Mulheres, preparamos um conteúdo especial sobre esse tema para que você possa se atualizar.

Descubra como este cenário está atualmente e o que as mulheres ainda enfrentam de dificuldades, além de conhecer o panorama da participação feminina no mercado de trabalho, e o que a pesquisa da Catho revela sobre a empregabilidade das mulheres brasileiras e muito mais. 

Vamos conferir o artigo?!

Panorâmica das mulheres no mercado de trabalho

A Primeira Revolução Industrial é reconhecida como o principal momento de inserção das mulheres no mercado de trabalho.

A partir de 1760, o mercado se transformou completamente com o surgimento das fábricas, migrando boa parte do setor agrário e das atividades artesanais para dentro das indústrias. 

Com essa mudança, também foram atualizados os papéis sociais e de atuação de homens e mulheres, sendo a primeira vez que um grupo representativo de mão de obra feminina começou a trabalhar fora de sua casa, contribuindo, ainda que em menor escala, para certa autonomia e independência das mulheres.

As tarefas eram divididas conforme os papéis considerados “mais adequados” a cada função a ser realizada, executados em espaços fabris reconhecidos pela precarização do ambiente e das condições de trabalho, representando um período de forte surgimento de movimentos em prol dos direitos das mulheres.

O surgimento de leis 

Em meados da década de 1840, a indústria têxtil tornou-se o segmento  que mais contratava mulheres, porém em péssimas condições de trabalho, representando muitas mortes e acidentes de trabalho. 

Esses acontecimentos causaram uma série de protestos, resultando em restrições para a proteção das mulheres e crianças (que também trabalhavam) nos espaços fabris, como:

  • Antecipação da mão de obra infantil nas fábricas;
  • Diminuição de horas de trabalho e salário para mulheres e crianças;
  • Não-obrigatoriedade da realização de atividades pesadas.

Por consequência, a força de trabalho feminina tornou-se mais cara para os donos das fábricas, que começaram a dar preferência à contratação de homens nas indústrias. 

Somado a isso, no campo, a mulher também perdia força, tornando o homem como principal provedor financeiro da família (inclusive, foi nessa época que surgiu a ideologia do marido como “provedor do lar”, enquanto a esposa dedicava-se às atividades domésticas).

Percurso histórico dos direitos das mulheres no Brasil

No Brasil, a revolução industrial foi considerada tardia e, em meados dos anos 60, iniciou-se o avanço da presença feminina no mercado de trabalho brasileiro, assim como a elaboração de novos direitos no contexto nacional.

Com isso, as leis foram se adaptando aos anos e acompanhando as mudanças da sociedade. Para ilustrar melhor, criamos um infográfico que revela a evolução dos direitos das mulheres ao longo do tempo, confira:

Infográfico Direitos das Mulheres – Catho – Carreira & Sucesso – 2023

Como está o cenário atual

A empregabilidade feminina vem avançando com o tempo e continuamos acompanhando o surgimento constante de novas discussões e legislações acerca da mulher no mercado de trabalho, além de ações das empresas, como as vagas afirmativas

Entretanto, no dia a dia, muitas profissionais ainda são expostas a situações como diferença salarial, frases machistas em conversas e entrevistas, além de outras formas de preconceito no ambiente de trabalho.

Pesquisa Catho 2023 revela como está a participação das mulheres no mercado de trabalho

Como já mencionado, ainda há muito o que ser modificado para podermos atuar em um mercado de trabalho mais plural. É o que demonstra alguns dados recentes. 

Segundo pesquisa da Catho, realizada nos primeiros meses de 2023, mais de 60% das entrevistadas revelaram estar desempregadas.

Das respondentes que possuem um emprego, 50% afirmaram que suas empresas não possuem incentivos para a inclusão e desenvolvimento de mulheres.

Além disso, quando questionadas sobre a avaliação das perspectivas de evolução na carreira e crescimento na empresa, 29% mostraram que pode haver essa ação no seu segmento.

Por outro lado, cerca de 21% indicam uma perspectiva ruim para descrever as possibilidades de desenvolvimento na carreira. 

Empregabilidade e qualificação das mulheres

Quanto ao grau de escolaridade, 30% das profissionais falaram que concluíram o ensino médio ou possuem um curso técnico, além de apenas 10% das entrevistadas afirmarem possuir uma pós-graduação

Em maioria, com 35% das mulheres respondentes da pesquisa, o salário não passa de 2 mil reais. Já para 20% delas, a remuneração pode chegar até 3 mil reais, porém apenas para 5% o valor dobra.

Sobre o tipo de contratação, 7% das entrevistadas trabalham por conta própria e não têm funcionários. Das profissionais empregadas, entretanto, 6% afirma não possuir carteira de trabalho assinada.

Discriminação e assédio no mercado

Outro tema interessante abordado na pesquisa revela que ainda há mulheres que sofrem algum tipo de preconceito em processos seletivos ou discriminação vinda do próprio time.

Quando questionado se elas já participaram de alguma entrevista de emprego na qual o recrutador fez perguntas que as deixaram desconfortáveis, como se há filhos, sobre relacionamentos, planos futuros e outros, cerca de 21% responderam que passam por isso. 

Esse desconforto não fica apenas nos processos seletivos, mas dentro das empresas em que trabalham. Mais de 50% das profissionais já presenciaram situações de assédio com outras mulheres no local de trabalho (25% apenas algumas vezes e 23% muitas vezes). 

Ao perguntarmos se a própria entrevistada já sofreu algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho, 17% delas responderam que muitas vezes. 

Sobre sofrerem algum tipo de assédio no ambiente de trabalho, a maioria, com 38%, respondeu que sim (casos de assédio moral, comportamento discriminatório para perturbar, constranger ou afetar a dignidade da pessoa, criando um ambiente hostil).

As perturbações não acabam por aí, cerca de 15% das mulheres que participaram do questionário responderam que sofreram algum tipo de assédio sexual no trabalho

Os dados ficam ainda mais assustadores quando revelado de quem partiu a prática do crime: para 33% das vítimas partiu do líder direto, para 30% da gerência ou posições acima e para 20% de seu/sua colega de trabalho.

Mulheres ainda se sentem desvalorizadas

Como se não bastasse toda a violência vivida dentro e fora das equipes, as mulheres ainda percebem a desvalorização de seu trabalho e sofrem com a desigualdade salarial.

Para 22% das profissionais, as suas oportunidades foram raramente iguais quando comparadas às oportunidades dadas aos colegas de trabalho. 

E quanto aos homens ganharem mais, mesmo exercendo a mesma posição e área, aproximadamente 27% das mulheres afirmaram que presenciaram essa diferença. 

Em suas funções, o simples fato de ser mulher, para algumas, pode ser um obstáculo. Isso porque, para 8% das profissionais, já houve o sentimento de serem subestimadas em suas capacidades por serem mulheres. Para 23% delas essa sensação surge muitas vezes. 

Se questionadas sobre perder alguma oportunidade de emprego por simplesmente serem quem são, 18% revelaram que muitas vezes desistiram por serem mulheres e 28% escolheram a opção de que deixaram até de trabalhar. 

A pesquisa foi realizada pela Catho de modo online e, aproximadamente, 2.300 mulheres responderam o questionário de forma voluntária. 

Descubra mais de 300 mil vagas no site da Catho.
Saiba mais

A lição que propaga gerações é que o mercado de trabalho deve ser um local plural, longe de qualquer tipo de preconceito e desigualdade. Assim, podemos evoluir e construir empresas mais diversas. 

E aí, gostou do nosso conteúdo e de aprender mais sobre as mulheres no mercado de trabalho? Então, aproveite para compartilhar o texto em sua rede social favorita para que seus amigos também possam fazer a leitura. 

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Autor

Jornalista, redatora chefe do Portal C&S desde 2020 e analista de conteúdo do time da Catho. Ama animais e é apaixonada pela escrita.

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